Versos Pérfidos

   

Podre por prensar pensamentos contra o caos cotidiano a fim de cristalizar versos

Pobre de trabalhar repetindo a rotina em rotas corrosivas da liberdade dos sonhos

Cobre as cores dos corpos que reluzem as diferentes culturas em face do padrão da globalização

Cospe o pus peçonhento da cobiça sobre as cobaias caçadas pela contaminação

NÃO SINTO MAIS SAUDADE

NÃO TENHO MAIS O QUE ESQUECER

VALEI-ME A DOR

Signos e Sonho ao tempo

Menina-Bruxa-Felina

Apareceu em vista

Comemorando seu próprio dia

Ia de samba e alegria

Vigésimo segundo ano de vida

Não imaginava o feitiço que viria

Agora, encantado canto Victoria

Tanto quanto conto a história

Acho que derrota arrota glórias invisíveis

Como a vitória vomita egos visíveis

Sério, essa moça tem mistérios

E respostas que traz dos astros etéreos

Acho nela cachos, coxas e coisas de pele

Cuidado com o jeito, viajo em cada eixo de cada beijo

Por cada brecha sinto setas no meu peito

Divagar

     Desfazer os nós dos átomos e se recriar o sonho da ilusão que se concretiza em pesadelo nefasto ou repentino.

     Esconde o zelo, o medo, o marasmo passivo ao neoliberalismo expansivo e verta em ativo ácido antigo e corrosivo, ataque ao toque do tambor. Toquem os tambores!!

     Ataque ao toque dos tambores, bote pra foder, virgens vingativas de Valhalla, Vale Tudo.

       Tudo vale no Vale do Vácuo: o eco, o cu, o céu. A vista, a voz, o silêncio, o pássaro mudo.

                            O ovo de veludo, o óleo, o ócio, o pó, a pose, o poste e o oposto do que foi posto em risco.


           Vamos virar o disco?



                               

Samba Perigoso

Um pé na frente e outro atrás, estou contigo
Só danço samba, mas com perigo

Nesse samba, o balanço e a batucada...
Corre risco Mestre-Sala,
Porta-Bandeiras, abre alas.

Eu nem ligo de você ter me enganado
Eu também tenho gingado de malandro
E de otário

Vamos sambar, vamos sambar, vamos sambar, vamos sambar
Vem se arriscar nesse samba perigoso, com um pé na frente e outro atrás
Aqui se paga, aqui se faz

Vem se arriscar nesse samba perigoso, com um pé na frente e outro atrás
Aqui se paga, aqui se faz

Um pé na frente e outro atrás, estou contigo
Só danço samba, mas com perigo

Nessa noite, note que estou armado
Com pandeiro e o cavaco
Só no canto, nada falo

E nem digo que já sambei o samba errado
Me fez um mal danado
Agora eu quero um samba raro


Vamos sambar, vamos sambar, vamos sambar, vamos sambar
Vem se arriscar nesse samba perigoso, com um pé na frente e outro atrás
Aqui se paga, aqui se faz

Vem se arriscar nesse samba perigoso, com um pé na frente e outro atrás
Aqui se paga, aqui se faz

Tem um vestido lúdico no meu copo

                                                                    Ver-te vestir-se

Quanto luxo quando nua te vestir com meu corpo e ao mesmo tempo deleitar de me vestir com você

O vestir e despir dos corpos de outros corpos 

Depois de copos e copos cai bem copular

~

Ainda mais no frio do verão

Pompoarismo pode ser um bom exercício para a estação

~

As vezes me pergunto o que tem de etéreo dentro do seu corpo e do meu copo

Algum sopro, algum sonho, algum ócio

Soluços, soluções e ódio

?